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Sara Folch

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Sustentabilidade na Arquitetura

Koichi Takada

Fundador de Koichi Takada Architects

Koichi Takada
Até 2100, haverá 11 mil milhões de pessoas no nosso planeta. Mais três mil milhões do que há agora. Estes futuros guardiães do planeta Terra precisarão de algum lugar para viver, da energia para alimentar as suas casas, da terra para cultivar os seus alimentos e do ar e água limpos necessários para prosperar. Mas como é que nós, enquanto guardiães de hoje, fornecemos tudo isto sem acelerar a crise climática?
Costumo dizer que a sustentabilidade é uma maratona e não um sprint. Na Koichi Takada Architects procuramos tornar os nossos projetos mais sustentáveis, mais eficientes do ponto de vista energético e mais positivos do ponto de vista climático, agora e no futuro. Estou farto de ouvir falar de soluções que não têm uma hipótese realista de adoção generalizada, acessível e global. Arranha-céus de madeira em massa, cidades flutuantes à prova de inundações e uma rede universal de energia renovável são tudo coisas a que podemos aspirar, mas há soluções que poderíamos estar a adotar agora.
Os edifícios geram quase 40 por cento das emissões globais anuais de CO2. Os arquitetos não ignoram isto e, no entanto, continuam a ser cúmplices. Podemos construir melhor. Temos de construir melhor. Casas multi-residenciais adaptáveis e flexíveis alimentadas por energias renováveis é uma forma de podermos acomodar este crescimento populacional projetado e combater as alterações climáticas no aqui e agora.  No meu país natal, a austrália, 80% dos nossos gases com efeito de estufa, todos eles provenientes de energia de combustíveis fósseis, poderiam ser eliminados em apenas duas décadas ao duplicar o ritmo a que a energia solar e eólica está a ser implementada. Se todas as casas de família que construímos entre agora e 2040 dependessem exclusivamente de energia renovável, isso seria ótimo. e se mudássemos o nosso modelo de habitação de habitação unifamiliar para habitação multi-residencial? O impacto seria dez vezes maior. em vez de atender às necessidades de uma família, poderíamos estender os benefícios a centenas de famílias. Poderíamos satisfazer as exigências da nossa população crescente, e reduzir de forma drástica o impacto das emissões das nossas casas. poderíamos combater a expansão urbana, libertando terras para parques e terrenos agrícolas e reduzir a solidão urbana ao mesmo tempo.
Num dos nossos recentes projetos, a Sunflower House, reimaginamos o que seria uma comunidade verde e como podemos ser menos intrusivos no nosso ambiente. Inspiradas pelo seu homónimo floral [sunflower quer dizer girassol], estas casas giram para recolher energia solar à medida que o sol se move através do céu. Não são apenas neutras em carbono, mas positivas em carbono, com o excesso de energia gerada devolvida à rede para alimentar outros projetos, outros edifícios, de forma limpa e sustentável.
Na Koichi Takada Architects, reconhecemos o impacto que a construção tem sobre o ambiente e a crise climática. É por isso que estamos empenhados em projetos como a Sunflower House, não apenas como um caso isolado, mas como o padrão de ouro pelo qual um dia iremos medir a nossa prática. Hoje, estamos empenhados em tornar todos os nossos projetos neutros em carbono até 2030. No futuro, esperamos que sejam positivos em termos de carbono. O sprint e a maratona. Temos de ter cuidado com o ritmo das duas corridas. Casas como a Sunflower House não são a solução milagrosa que irá pôr fim à crise climática. Nenhuma solução é. Mas são um lugar sensato para começar. 
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