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Sustentabilidade e inclusão no mundo da moda

Fátima Lopes

Criadora de Moda

Fátima Lopes
Incluo-me no grupo de criadores de moda que está a desafiar os padrões de beleza estereotipados, determinado em fazer a diferença em termos de sustentabilidade e inclusão no mundo da moda. Duas palavras-chave – sustentabilidade e inclusão – incontornáveis e imprescindíveis para o que se pretende que seja uma realidade cada vez mais visível.
Em três décadas de carreira, experienciei diversas tendências de moda e este é, sem dúvida, um tempo novo que marca a diferença, um processo que necessita de continuidade, mas em cujo sucesso acredito.
Relativamente à sustentabilidade, destaco a indústria da moda descartável versus a moda de autor. A primeira é feita literalmente para usar e deitar fora, terminando em aterros sanitários com grande responsabilidade na pegada ambiental. Esta é obviamente apelativa ao consumidor que tem acesso a produtos com custo muito baixo, mas que acarreta uma fatura demasiado alta para a natureza pagar. A moda de autor, em contraponto, apesar de não ser acessível a todos financeiramente, cria arte, peças com qualidade, de forma que perdurem no tempo.
Quanto à inclusão, trata-se de uma questão de justiça para com grupos marginalizados. Os padrões de beleza, como eram conhecidos até há pouco tempo, estão a acabar. Um olhar atento a alguns dos mais importantes criadores de moda da atualidade mostra a aposta na valorização da diversidade, em termos de etnias, medidas, idades e género. 
Ao apresentar, em passerelle e em campanhas de moda, representantes de todas as etnias, estamos a reconhecer a beleza de todos e de cada um. Modelos com diferentes medidas corporais representam uma aproximação ao mundo real, ao público a quem a moda se destina efetivamente. A idade, outrora uma imposição obrigatória de juventude, é vista cada vez mais como distante do comprador. Em relação ao género, é importante que toda a gente, sem exceção, seja reconhecida e não esquecida. É uma atitude, por um lado, inteligente e estratégica para a aproximação das marcas ao público, que se pretende vasto e abrangente, e, por outro, mais ética e justa, porque contribui para o combate ao preconceito e à discriminação, promove a igualdade e incentiva a autoestima e aceitação do próprio corpo e idade, de forma que todos se sintam representados, aceites e valorizados.


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